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Juventude regada



No passado fim-de-semana fizemos uma visita ao S. Pedro da Póvoa do Varzim. Desde que temos memória achamos que foi a primeira vez que nos metemos numa aventura do género.


O carro ficou mais longe do que aquilo que podíamos pedir. Estava povo aos montes pelas ruas daquela cidade. Pessoas mais velhas e muito novas com o objetivo de se divertirem e passarem um bom serão. Saldo positivo e experiência a repetir.


Mas decidi escrever este post não para descrever a ida ao S. Pedro mas sim para refletir acerca de algo que presenciamos e que me incomodou especialmente.


Tenho para mim que, quando um filho meu for adolescente, o RP terá de refrear os meus instintos protetores e até algo salazaristas. Saí a primeira vez à noite com 18 anos e ver juventude com 14 anos às 2 e 3 da manhã, na rua, de copo na mão, é coisa para me fazer alguma confusão. Sei que, como em tudo, terá de regrar o bom senso mas irá requerer habituação e uma pontuação mais estabelecida pelo elemento masculino. Tento alargar os meus horizontes, ser mais liberalista, mas ainda assim há coisas que me deixam estupefacta.


E a estupefação imperou no passado Sábado face à quantidade de adolescentes que vimos de garrafas de plástico na mão, das mais variadas marcas de água e sumo, em que o seu conteúdo podia ser tudo exceto o que o rótulo mostrava. 


A noite é cara. Não sei exatamente quanto poderá custar um whisky cola ou uma vodka limão/laranja mas sei que comprar umas garrafas destes ingredientes e fazer mistura para garrafas de água (com uma dose especialmente generosa do componente alcoólico) ficará muito mais barato do que adquirir a mesma quantidade, em copos, nos bares. E a malta quer embebedar-se muito e barato.


Fiquei desorientada e até algo preocupada com a quantidade de álcool que miúdos e miúdas de, cerca de, 14-17 anos ingere numa noite de amigos. A preocupação principal é ver quem bebe mais e não, simplesmente, divertirem-se. Parece que o auge da noite está no fundo de mais um copo/garrafa. Miúdos a beberem (aquilo que nos pareceu) absinto puro e já num estado indescritível. Grupos de amigos que se juntavam na traseira de um carro com a mala aberta simplesmente a beber, a beber, a beber.


E nem vale a pena entrar em comentários sobre outras substâncias porque não quero especular. E também vou guardar só para mim as indumentárias de algumas meninas.


Deixou-me muito preocupada. É uma loucura a facilidade de acesso e a quantidade de álcool que faz parte das noites desta juventude.


E estas serão imagens que deverei apagar da minha memória. Caso contrário acho que nem aos 40 deixo um filho meu sair para a noite.


Parece-me urgente pensar numa forma de chegar junto desta camada e faze-los ver que as coisas não são assim. E entretanto é ir rezando pelos fígados da malta e para não cometerem asneiras que muitas vezes, sob efeito destas substâncias, são cometidas.


Não quero com isto fazer o sermão aos peixes. E desengane-se quem achar que estou a criticar o consumo “social” de álcool. Todos podemos ficar tocados de vez em quando. E não é crime. Mas o que testemunhei foi a substituição do convívio e da diversão pelo consumo, algo sôfrego, de bebidas alcoólicas.

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