Procuro uma palavra para aquilo que quero descrever,
Destrinço, escavo, mas não encontro.
Leio os teus olhos,
Tento, também aí,
Porque não me deixas encontrar?,
Procuro demais?,
Só me deixas ler de menos.
Afundaste em mim e atraiçoas-me,
Enganas-me porque distorces.
A nitidez da imagem que quero é nublada pelo gemido,
Ou simplesmente pelo teu sorriso.
E continua a passar,
Continuo a ler mais algumas páginas deste livro,
Na ingenuidade do que me deixas ler,
Mas sempre perguntando-me porque não me deixas perceber.
O desconhecimento dói,
Mas os teus braços é tudo o quero.
Sinto-me cega,
Por amor somos tolos,
E mesmo com a dor de não te conhecer,
Tudo apenas porque não me queres deixar ler,
Apenas penso nos teus olhos.
Posso enroscar-me em ti?
Posso penetrar essa carapaça que exibes?
É sem ela que te quero conhecer,
Despido,
Ou nu,
Ou, até, apenas, tudo em cru,
É assim que te quero ter.
Porque só assim te poderei ler.
Comentários
Enviar um comentário