Nestes 31 anos de vida vivi o que
tinha que viver, transpus e que tive que transpor e ultrapassei o que havia
para ultrapassar.
Não sofri nem mais nem menos que
ninguém. Não fui mais nem menos corajosa que ninguém. Não mereço mais ou menos descanso
do que toda a gente.
Mas já sofri e chorei mais do que
aquilo que achava que merecia. Quando senti dores, daquelas que doem mesmo
porque são na alma, tive a sensação de que alguma injustiça do universo existiu
para comigo porque já passei por isto e por aquilo e mais aqueloutro. Tenho
marcas que nunca desaparecerão e algumas delas ainda muito frescas apesar de
anos já terem passado.
A minha intenção não é o falso
moralismo. Acredito que todos sentem que a vida foi macabra num ou noutro
momento. Situações que preferiam nunca ter vivido e algumas até serem capazes
de esquecer.
E não me considero fraca. Fui
muitas vezes à guerra. Ou a guerra veio muitas vezes a mim. Algumas das vezes
nem sequer a proteção vesti e dei o corpo às balas.
Quando mais uma batalha
inesperada surge estou pronta. É verdade que por vezes me apanha desprevenida
mas rapidamente ligo todos os sensores, ativo o escudo protetor, e tento fazer
com que tudo passe da forma mais incólume possível para aqueles que amo.
Mas ao fim de quase 32 anos de
vida vejo um muro sem fim. Uma impotência gigante. E apesar de tentar reforçar
dia após dia a força, o escudo, não consigo… o muro acaba para além do que a minha
vista alcança e tento proteger pessoas que amo de algo que nem eu sei do que se
trata. E nestas coisas não existe pior inimigo que o desconhecido.
A cada dia que passa vejo o
cenário mais negro o meu coração mirra, a minha alma esvazia-se a pouco e pouco
e procuro alguma espécie de falha neste muro de betão que me parece invencível
– mas sem sucesso.
Mais de um mês de incertezas. De
perguntas que só trazem mais perguntas. De inconclusões que só trazem mais
incertezas. E uma dor cada vez maior na alma.
Muita força e o desejo que esta fase menos boa passe depressa. Bjs P.
ResponderEliminarObrigada amiga. E obrigada pelo teu apoio permanente.
EliminarBeijinhos