Andar pelos cantos a pensar na pouca sorte desta rifa que é
a vida. Pensar em como tudo poderia ser e comparar com aquilo que é, e render-me
às evidências. A vida é uma caixa de surpresas. Vamos abrindo caixa a caixa e
encontramos coisas boas e coisas más.
As boas achamos que são merecidas, as más são
incompreendidas! Parece que todo o mundo se uniu para tramar quem não merece.
E depois, ouvir uma história… cada frase dessa história, faz-me
afastar o olhar do próprio umbigo para olhar nos olhos do contador da história.
Ficar com a sensação de murro no estômago, arrepiar a pele por completo, chegar
mesmo a estremecer e perceber que aquilo que mais se destaca naquela pessoa é a
coragem, é a vontade. Não é a doença, as dificuldades, as lágrimas (que com
certeza derrama com muita frequência na almofada, porque me parece que não é
pessoa de chorar à frente de ninguém), mas o exemplo, a energia, a força.
Sempre ouvi dizer que pensamos que estamos mal, mas ao
olharmos para o lado, há sempre alguém que está pior que nós. Não tiro nem uma
ponta de satisfação por isso. O aumento do meu bem estar não depende de mau
estar de terceiros e felizmente que assim é ou tinha que me dar uma lição.
Mas hoje levei um verdadeiro estalo. Vi uma pessoa que tinha
todos os motivos para baixar os braços, que poderia perfeitamente já ter gasto
todas as forças, mas não. Falou comigo com a maior das naturalidades e fez-me
ver como as coisas realmente são. Com um pensamento positivo, com foco num
futuro a que poderá nem ter direito, mas com uma postura de vencedora. E
independentemente daquilo que o futuro ditar, esta pessoa será para mim uma
vencedora e hoje ensinou-me a relativizar.
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