Apercebo-me,
sobretudo pela escrita dos posts no blogue que são muitos os dias em que sinto
insatisfeita, revoltada, desanimada. Um dia por causa do trabalho, outro dia
por problemas pessoais, o que é facto é que são bastante frequentes.
Hoje
dei por mim a pensar que são demasiados.
Leio
e ouço mensagens que me indicam que devo lutar pelo que quero, devo deixar de
sentir este medo e de pensar nos porquês, sempre na tentativa de arranjar uma
justificação para adiar uma decisão difícil, em lugar de a tomar.
Tudo
o que não seja conhecido transmite-me sempre uma sensação de contraproducência.
Caraterizar-me-ia como alguém que pensa sempre em todas as possibilidades antes
de decidir. Tento garantir que as decisões que tomo não prejudicam ninguém ou
são impensadas.
Por
outro lado parece-me uma utopia a possibilidade de existirem muitos dias em que
me sinto satisfeita, concretizada, sem qualquer mácula. Sim, sei que a vida não
é perfeita, mas mesmo assim consigo pontualmente ter um dia em que penso “foi
um bom dia!” (e na maior parte das vezes são coisas muito simples que originam
estes pensamentos).
Quando
as dúvidas se abatem sobre mim tento ver as coisas pelo lado positivo. Sei a
sorte que tenho por ter um trabalho seguro, uma casa onde dormir, comida na
mesa, uma família e amigos que adoro e saber a reciprocidade destes sentimentos.
Até o facto de não viver num país em guerra, em que apesar de todas as
dificuldades é considerado um paraíso quando comparado com outras realidades me
chama a atenção para o facto de estar a ser mal-agradecida. Mas chega? Trata-se
de uma insatisfação sem nexo?
Cada
vez mais acho que não. Aquilo que tem sido até hoje não é que quero no futuro.
Existem indubitavelmente pessoas, coisas, situações que irão ficar comigo para
sempre, que me recuso a deixar passar, mas outras tantas que têm de mudar ou
deixar de existir. O mais difícil no meio desta história toda é o caminho para
encontrar o fim que desejo.
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