O Natal este ano está a custar-me
especialmente por razões que partilho com os meus botões. Tenho as minhas dores
de cabeça, as minhas preocupações, as minhas lamentações, mas a verdade é que,
a não ser que ainda tenha uma grande surpresa até lá (porque não posso dar nada
por garantido) é que vou ter um teto, comida na mesa, e uma cama quente. Vou
ter o meu amor maior e maior amor ao meu lado e ainda vamos partilhar uns
carinhos, umas brincadeiras e umas gargalhadas. E por isso sou uma
privilegiada.
Mas nem tudo são rosas. Ou são.
Com a analogia das pétalas cheirosas e espinhos dolorosos.
Talvez por andar mais atenta ganho
cada vez mais consciência da quantidade de pedidos de ajuda que existem
espalhados por todo o lado. E sei que se trata de uma ínfima parte.
Tirando o papel de embrulho e o
laço a verdade é que há pessoas que não vão ter o que comer (tanto no natal
como em muitas outras alturas), não vão ter família para partilhar essa época,
vão passar a noite de 24 de dezembro a pensar: a amanhã como é que vai ser?.
Por todo o lado pede-se ajuda
monetária; pedem-se bens. Sugestão de compra de prendas solidárias, donativos
para alguém, presentes para crianças desfavorecidas, ajuda para animais
maltratados. Tanta coisa…
Nos últimos tempos tenho recebido
tantos, mas tantos, pedidos de ajuda que o que mais me entristece, para além de
não poder responder a todos eles, é ter esta noção de existirem tantos.
Por isso peço aqui que cada um
tire os olhos do seu umbigo, ainda que por breves instantes, e olhe à volta.
Veja no que pode ajudar e o faça. E não vale a história do “é pouco” – o pouco
de uns é o muito de outros e pouco é sempre muito mais que nada.
O objetivo deste natal é sermos
mais solidários e menos consumistas.
Pensem nisso.
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