Desde que entrei para o ginásio,
em Janeiro, quase todos os dias vejo lá um senhor. Cheguei a comentar com o meu
marido porque reparei que o senhor passava o tempo completo de treino em cima
da bicicleta.
Este senhor aparenta ter cerca de
65 e uma forma física invejável porque aguenta, ali firme, cerca de uma hora em
cima da bicicleta sem dar parte fraca.
Entretanto este senhor deve ter
enjoado. De há alguns meses para cá já vai variando. Com 90% do treino ainda em
cima da bicha também faz uns alongamentos e de vez em quando umas máquinas.
Hoje, para minha grande surpresa,
decidiu experimentar a aula de cycle. Que faz todo o sentido – uma pessoa que
passa 1 hora a dar à perna porque não fazê-lo durante 45 minutos mas
acompanhado por um grupo a fazer o mesmo, com música a marcar ritmo, e bom
ambiente?
Só que cometeu um erro de
principiante: dar a brita toda desde o início. A ideia é pedalar de acordo com
a cadência da música e o senhor pôs-se a dar o tudo por tudo desde o primeiro
minuto. E deixem-me que vos diga: a aula de hoje teve uma subida na montanha de
35 minutos – 35 MINUTOS. Por isso já
dá para imaginar o que aconteceu. A meio da aula, quando o esforço ainda nem
estava no máximo, o senhor já nem conseguia pôr-se em pé na dita cuja. Passou o
resto da aula a tentar recuperar sem grande sucesso e quando chegámos aos
alongamentos nem os braços conseguia levantar.
E quem é que nunca passou por
isto?
Eu já, podem ter a certeza.
Lembro-me de algumas vezes em que vi tudo a andar à roda, em que fiquei
indecisa entre desmaiar e vomitar e só não fazer as duas coisas por vergonha.
Ainda não vai há muito tempo que no fim de um treino a minha vontade era
atirar-me para o chão e pedir encarecidamente me porem na cama mais próxima
durante uma semana ir de gatas para o balneário - só não o fazer porque
gosto de ser discreta.
E é por isso que queria deixar
uma mensagem ao senhor da bicicleta: não desista! O que lhe aconteceu é
perfeitamente normal e tratou-se apenas de um erro que toda a gente deve
cometer na primeira aula – ainda me lembro da minha… A boa notícia é que
rapidamente aprende a gerir o esforço e deixa de ter essa falta de força que
ocorreu hoje. Depois até lhe vem o professor à bicicleta aumentar o peso porque
o batimento cardíaco ainda está baixo (WHAT??? Pois é, aconteceu-me!). Vá por
mim! Vale a pena!
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