Veio uma onda e molhou-te as
pontinhas dos pés.
Depois dos banhos que já levaste
o que são uns deditos molhados?
Mas aquilo que era uma ondinha
transformou-se num tsunami.
O mar foi ganhando força e vai-te
atacando uma vez atrás da outra.
Assisto, incapaz, ao constante
abalroamento injusto.
Como é que um dia solarengo se
transformou nesta tempestade?
Como é que aqueles que estão
sempre a ajudar a nadar e ultrapassar as suas próprias ondas têm de levar
constantemente com estas provações?
Não devia ser assim…
Tem mesmo de ser assim?
Acreditamos no que queremos e
podemos e nos deixam.
Lutamos, nadamos, corremos,
respiramos…
Respiramos? Ou estamos em
constante aflição?
Não é justo – não devia ser assim…
Tem mesmo de ser assim?
Vou deixar a minha mão aqui. Vai estar
aqui sempre. É tua.
Podes agarra-la, aperta-la, chora-la… mas usa-a.
Sei que vais ser uma lutadora
exemplar, sei que vais ganhar. É o único desfecho.
Vais nadar… vai cansar… mas é a
vida. E há vidas muito importantes.
Para mim a tua é uma delas.
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