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E assim param os nossos serviços públicos #1



A gravidez tem sido um verdadeiro abre olhos no que a serviços públicos diz respeito.
Bendita a horinha em que fiz um seguro de saúde pois, caso assim não fosse, acho que já estaria com esgotamento nervoso a tender para a histeria total.
Quando engravidei, pelo estado emocional em que me encontrava, fui aconselhada a ser seguida pelo Hospital S. João. Aceitei a sugestão – devia estar altamente alcoolizada quando o fiz!!! – e lá compareci à primeira consulta.
Na Lei do Trabalho é mencionado que devemos tentar marcar estas consultas, ecografias e afins fora do horário de expediente. No Serviço Nacional de Saúde acho que todos sabemos que é missão impossível. Fora de questão! É ir, sem pressas, e sem hora expetável de retorno porque mesmo que seja a primeira do dia e tenhamos ido uma hora mais cedo, saímos de lá sempre umas 3 ou 4 horas depois do início previsto. (Ou azar meu!)
Mas nem é acerca disto que reclamo. Saí da primeira consulta a chorar baba e ranho, de forma sôfrega, e com dificuldade em respirar. A médica foi um amor de senhora. Testou-me até ao limite, como ela própria o disse, para verificar que de facto estava emocionalmente instável. Muito bem feito, assim é que dever ser. (Ou azar meu!)
Primeira eco: Hospital São João. Fui enxovalhada. Saí de lá a sentir-me a pior mulher do mundo. Completamente irresponsável porque apesar da luta pela perda de peso que tinha travado ao longo do último ano a médica fartou-se de mencionar o meu atentado público por engravidar sem ser magra, porque me ter deixado chegar àquele ponto e sei lá mais o quê… saí de lá a chorar, com uma única imagem da eco completamente impercetível do que seria aquilo e com um julgamento próprio que acho melhor nem confessar.
Nessa altura decidi riscar o HSJ da minha gravidez. Fiz uma reclamação por escrito. Recebi resposta a lamentar o sucedido e a possibilitarem-me a marcação com outros médicos. Gato escaldado de água quente tem medo e felizmente posso ser acompanhada no privado. Gravidez no HSJ… no way!!!
O mais engraçado foi que no dia seguinte (ao da eco no HSJ) tive ecografia no privado. Acordei em pânico porque não suportaria outro médico a chamar-me irresponsável e a dizer-me que não conseguia ver nada devido à camada adiposa (ou banha em excesso!). Fiz o caminho todo a dizer que não ia a mais médicos durante a gravidez se se verificasse algo do género. Completamente aterrorizada entrei para o gabinete médico e ali tirei as minhas dúvidas. Tinha sido mesmo enxovalhada… Este médico dotado de uma capacidade visual e ecográfica distinta viu tudo, explicou-me tudo, mediu tudo… sem qualquer comentário acerca da minha forma física ou outros comentários quotidianamente ordinários. Saí desta ecografia com vontade de chorar de alívio. Não era nenhuma anormal e irresponsável. Não era nenhuma piegas, mimada… tinha sido tratada como uma pessoa e tinha visto a minha bebé (quando ainda não sabia que era menina) tal como achava que devia acontecer.
Mas isto foi apenas o início do contacto com os serviços públicos…

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