Para estrear esta rubrica, a primeira memória é de Natal.
Não sei exatamente que idade tinha, mas lembro-me que foi no
ensino básico. Tinha por isso cerca de 12-13 anos (acho eu!).
Como costumava acontecer anualmente, era mais um dia de
troca de prendas gerada pelo sorteio do amigo secreto. Nesse ano calhou-me o
Carlos. Era para ele que teria de trazer uma lembrança para marcar esta época
tão especial do ano.
O objetivo principal era garantir que ele ficava
felicíssimo, satisfeitíssimo com a prenda que iria receber e como tal tinha de
ser uma coisa em grande (dentro do limite estabelecido nas condições do
sorteio).
Na altura os meus já tinham um café e possibilidades que
cumprissem o meu objetivo eram mais que muitas… Até que no dia anterior a minha
mãe me disse que poderia levar um chocolate. Um pequeno e mísero chocolate!
Não percebi porque tinha de levar um chocolatito quando tinha
tantas coisas disponíveis (agora que penso nisso faz todo o sentido).
Lá fui para a escola e quando chegou a altura da troca de
prendas com muita vergonha a até algum receio da reação do Carlos. Lá entreguei
aquele Kit Kat embrulhado com o maior dos gostos, mas sem grande confiança no
interior.
E nunca mais me esqueço da reação do Carlos ao abrir aquela
prenda e deparar-se com o chocolate… a alegria, a satisfação, a sincera
felicidade foram para além daquilo que poderia ter esperado, mesmo com a maior das
prendas. Ele ficou tão feliz, mas tão feliz, que fui automaticamente promovida
a sua melhor amiga porque lhe tinha dado a melhor prenda que ele poderia
receber.
A prenda que me calhou, foi a Glória que ma ofereceu. Uma
espécie de caderninho que usei como livro de dedicatórias e que ainda hoje
guardo. E a dedicatória do Carlos foi um agradecimento pelo chocolate porque
tinha sido uma espécie de concretização de um sonho. E até desenhou kit kats a
caírem do céu…
Aqui, para além de guardar uma memória para toda a vida,
guardo também uma lição de vida.
Espero que este ano todos recebam Kit kats com muita
fartura!
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