Em meados de Dezembro a falar com
uma amiga esta perguntou-me se já tinha feito inscrição (e pesquisado) colégios
para a bebé. Primeiro pensamento: que
idiotice! A bebé ainda nem nasceu e vou andar a ver sítio para ela ficar?
Depois de nascer tenho mais que tempo…
Mas depois fui esclarecida.
Quando a licença parental terminar a bebé terá de ir para um colégio/creche/berçário/…
o que for. Pelo que entretanto me informei os berçários têm no máximo
capacidade para 8 bebés. E assim os bebés têm de ficar em fila de espera para
de alguma forma tentar arranjar vaga para o momento em que mãe e pai tiverem de
ir trabalhar. Se só me preocupar com isso depois de ela nascer o mais provável
é ficar a ver navios.
Solução: dia de férias para
pesquisar mercado, visitar instalações, fazer inscrições (mas ainda continua a
fazer-me confusão inscrever uma pessoa que ainda não nasceu!), tudo como manda
a sapatilha!
Fizemos levantamento, na nossa
área de residência de instituições, privadas e IPSS com berçário. E encontramos
de tudo. Como seria de esperar. A verdade é que cada vez que punha um pé numa
dessas instituições sentia um aperto no peito – podia ser ali que a minha bebé
iria ficar quando deixasse de poder estar com ela o dia todo e isso para já
reveste-me de uma fragilidade tremenda.
Depois cheguei à conclusão de que
só pode ter filhos quem é rico. Minha nossa! Mais que justificada a baixa taxa
de natalidade no nosso país. As minhas tensões até subiram quando me apercebi
do rombo que o nosso orçamento mensal iria levar.
Nas IPSS existem listas de espera
que parecem páginas amarelas. E com um custo mensal que não anda muito longe do
privado – falo de uma diferença de cerca de 50,00€ mensais. E fico ainda mais
doente.
Nesta história das IPSS há algo
que também me mexe com a tripa. Tanto eu como o pai declaramos todos os nossos
rendimentos e isso reflete-se no nosso IRS. Sabemos automaticamente que vamos
ficar no escalão mais elevado (e daí a diferença tão pequena para o valor a ser
pago no privado), mas depois sabemos que há pessoas que ganham bem mais, que
recebem subsídios e trabalham “por fora” e mais não sei quê e que lhes permite
pagar uma bagatela pelo mesmo serviço. Para mim é verdadeiramente revoltante!
Sobretudo quando penso que ambos temos um trabalho estável, que felizmente não
ganhamos o salário mínimo, que reunimos todas as condições financeiras para
pensar num filho e que com as coisas como atualmente se apresentam dificilmente
poderemos pensar num segundo porque um filho traduz-se numa camada de despesas
que só sabe quem por lá passa. A vida está boa para quem se mete em esquemas,
quem consegue contornar… e os camelos pagam tudo para outros andarem a encher
bolsos. E isto aplica-se a quem o faz e tão somente a quem o faz!
Mas ainda há outra coisa que me
faz mais confusão: se a taxa de natalidade é tão baixa, é preciso mais
crianças, somos um país muito envelhecido e berreuteuteu…
como é que IPSS e instituições públicas estão completamente esgotadas sem
previsão de disponibilidade quando estamos a fazer pré-inscrição cerca de 10
meses antes desta vaga ser necessária?
Desconhecia essa realidade...
ResponderEliminarEspero que encontrem um local que vos agrade (e com vagas! :P)!
Eu também... por isso foi este "choque"!
EliminarVamos lá ver o que nos está reservado... :P